domingo, 31 de agosto de 2014

A (turbulenta) volta

Enfiamos as últimas compras de qualquer jeito nas malas e partimos rumo ao JFK. Não gastamos muito tempo pra chegar lá. Aí teve uma coisa super interessante, que eu ainda não tinha visto. Quem embarca pela American Airlines no JFK pode contar com um concierge que vem até o carro, pega suas malas, despacha, e ainda faz seu check-in. 

Meu marido estava super ansioso sobre como levar o Baixo que tinha comprado lá (Ele comprou pela internet e pediu pra entregarem na casa do Rodrigo). Então esse senhor que nos atendeu disse que ele poderia trazer o instrumento na cabine, como bagagem de mão. E olha que estávamos com mochilas, malinha de mão, bolsa, etc... Ele voltou mais tranquilo por isso.

Como não tínhamos comido nada desde o café da manhã, paramos num Mc Donalds pra fazer um lanche quando já estávamos na área de embarque. Aproveitei pra comprar um cupcake pra cantar parabéns pro marido. Foi legal que um monte de gente que estava em volta também cantou com a gente. 

Quando faltavam uns 40 minutos para o embarque, fomos para perto do portão. Aí começou a peleja. O painel não mostrava, mas os burburinhos apontavam que nosso voo ia atrasar. Depois que já tinha passado mais de meia hora da hora do embarque uma funcionária da AA reuniu os pasageiros e disse que havia um problema com a aeronave, e que ia mesmo atrasar. Neste momento, ela distribuiu vouchers de alimentação (não lembro o valor, mas não era muita coisa não!) pra todos. Aproveitamos para comer, mas não eram muitas as opções ali. Compramos uma lasanha e um refrigerante.

Eu já estava nervosa, tentando falar com nossa amiga que é agente de viagens no Brasil sobre o atraso, porque como compramos as passagens do trecho BH>RJ>BH separadamente, mesmo o atraso sendo culpa da AA, teríamos que dar conta do preju. Não conseguimos porque já era tarde aqui no Brasil e porque, nem pagando, conseguimos acesso wi-fi no aeroporto. 

Enquanto todo mundo especulava que tipo de problema o avião tinha, uma passageira me disse que faz esse voo duas vezes por mês e que, vira e mexe, isso acontece. Às vezes o voo chega a ser cancelado. Quando ela disse isso Julia saiu pulando e gritando: "CANCELA! CANCELA! CANCELA!" Até criança sabe o que é bom, né? Não queria ir embora de jeito nenhum.

Meu marido olhou pelo vidro e viu um funcionário da manutenção dando marteladas em alguma coisa no painel do avião. Aquilo deu um medo! "EU É QUE NÃO ENTRO NESSA CARROÇA!", disse ele.

Depois de quatro longas horas, decidiram nos embarcar em outra aeronave. E para a nossa surpresa, era a mesma em que havíamos voado na ida. Como eu sei disso? Simplesmente porque sempre viajamos na ida e na volta na mesma poltrona (nesse caso, as 4 centrais da fileira 27). E quando eu abri a mesinha, lá estava o guardanapo com um desenho da minha filha que eu tinha esquecido cinco dias antes. Daí você tira como é o estado de manutenção e limpeza desses ônibus com asas que a AA chama de aeronaves.

A viagem de volta foi bem tranquila. O mesmo nível de atendimento e as mesmas opções de entretenimento (TVs coletivas) e alimentação da ida. Conseguimos dormir porque estávamos mesmo exaustos. Mas eu continuava preocupada com a facada que deveria tomar para comprar novas passagens pra BH.

Quando chegamos ao Rio, com quatro horas de atraso, obviamente nosso voo da GOL já tinha chegado em BH. Não passamos nem perto do freeshop e fomos, apreensivos, para a fila da Receita Federal. Estávamos cada um com um notebook, muitas roupas e ainda tinha o baixo do marido. Esperamos uma família que parecia estar de mudança, de tanta mala que carregava, pra entrarmos na fila atrás deles. Claro que eles foram abordados. Quando chegou a nossa vez, a única agente que estava lá olhou direto para o case do Baixo. Renato pagou 1500 dólares nele, mas ele é super vintage. Um Gibson original de 1964. Como tanto o instrumento como o case tinham aparência de velhos, ela se limitou a perguntar o que era, e se era usado. Ele respondeu e ela nos deixou passar. 

Saímos no desembarque e, enquanto tentávamos pensar no que fazer com relação ao voo que perdemos, demos de cara com o Juizado Especial. Falei com Renato que ia entrar lá na esperança de eles me orientarem sobre como responsabilizar a AA pelo voo que perdemos. Para nossa surpresa, saimos de lá com tudo resolvido! Tudo mesmo, e sem pagarmos um Real sequer.

O funcionário que nos atendeu falou que seria difícil responsabilizar a AA porque ela cumpriu o contratado, que era nos trazer de NY para o Rio. Eu ainda argumentei, que o horário previsto para chegada fazia parte do contrato. Ele me aconselhou a escrever para a companhia para tentar um acordo, e anexar comprovantes de tudo que havíamos gasto.

Quando já íamos saindo, ele me chamou e pediu o número do nosso localizador. Falou que faria uma tentativa. Ligou para o balcão da GOL e conversou com algum conhecido. Do outro lado da linha, a pessoa perguntou se importávamos de embarcar em Santos Dumont. Dissemos que não e ele, imediatamente, emitiu novos bilhetes para dali a duas horas. Seria a conta de sairmos correndo, chegarmos em SDU e embarcar. 

Descemos correndo e pegamos o ônibus do Fescão. Acho que pagamos 11,00 por pessoa. Chegamos em SDU com tempo de sobra e, graças a Deus, embarcamos sem mais nenhum contratempo. Como chegamos no balcão e explicamos toda nossa peleja na hora de despachar as bagagens (eu sempre faço isso... um draminha não faz mal a ninguém!), a atendente não nos cobrou nenhum excesso. E olha que, além do baixo, tínhamos 5 malas grandes e mais as de mão!!!!

Bem, daí pra frente não há mais o que comentar. A viagem foi linda, mágica, aproveitamos demais e, como sempre, já terminamos essa pensando na próxima.

Vai acompanhando aí! Logo tem novidade!!!!

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